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Devido ao grande impacto causado por alguns blogs militares, eu, militar iniciante, venho dar também minha contribuição para a blogosfera militar acreana. Contarei com a ajuda de todos, que me mandem notícias e informações que julguem relevantes, para que possamos estabelecer mais uma trincheira virtual que garanta nosso direito de saber a verdade.

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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Governo anuncia Operação Papai Noel 2010

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Escrito por Samuel Bryan   

Tradicional operação de fim de ano leva mais policiais para as ruas no agitado período de compras e festas
 
Foi na manhã dessa sexta-feira, 12, no auditório da Secretaria de Gestão Administrativa, que a Secretaria de Segurança Pública anunciou o início da popularmente conhecida Operação Papai Noel, em que novas e mais rígidas medidas de segurança são adotadas durante o período de fim de ano. Iniciada dia 8 de novembro - mais cedo que em 2009 - e com previsão de ir até os primeiros dias de janeiro, a operação irá envolver os novos 600 homens da Polícia Militar, além de um acréscimo de 130 a 150 homens em patrulhas diárias.

Esse ano a Operação Papai Noel será realizada em duas etapas. Na primeira, de 8 deste mês a 12 de dezembro, estarão em campo apenas os policiais em atividades operacionais. Na segunda, os policiais dos setores administrativos da corporação também farão parte da operação. Tudo isso numa cooperação entre as polícias e demais instituições do Governo do Estado, órgãos de justiça, Federação do Comércio e organizações sociais.

Esse ano, além do policiamento reforçado nas cinco regionais, envolvendo os cinco batalhões de operações, algumas atividades foram incrementadas. Entre elas está a Operação Álcool Zero, que fará com que cada batalhão realize uma blitz de quinta-feira a domingo, colocando em atuação os 48 bafômetros em funcionamento no Estado. O comandante da Polícia Militar, coronel Romário Célio, fortaleceu a ideia de que a operação envolve ações de prevenção e educação, com a realização de palestras sobre segurança em escolas públicas.

"Só essa semana, 2.400 alunos já assistiram a nossas palestras", informa o coronel.

A secretária de Segurança Pública, Márcia Regina, lembrou o acréscimo de 600 novos policiais no quadro da PM realizado após a formatura dos soldados neste ano. "Estamos preparados para garantir tranquilidade durante esse período de maior circulação de dinheiro e pessoas no Estado", comenta.

A questão do trânsito na capital também é uma prioridade. Atualmente, são 15 acidentes por dia na capital, num acréscimo de 1.500 novos veículos por mês. A operação também foca na tentativa de reduzir o numero de acidentes no período, principalmente com vítimas fatais. As fiscalizações em bares também serão intensificadas, garantiram os gestores.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Batalhões da PM Recebem Kits de Proteção

 Na última quarta feira, 13 de outubro, a Secretaria de Segurança Pública entregou, em formatura solene, 80 kits de proteção individual para motociclistas da Policia Militar.

 O kit, composto por joelheira, cotoveleira e luvas é essencial para a proteção dos policiais, principalmente, aos motociclistas do Grupamento Águia.
A entrega de equipamentos faz parte de um conjunto de medidas que visam melhorarias na segurança do próprio PM, auxiliando diretamente no atendimento ao público.

A secretária de segurança pública Márcia Regina fez a entrega simbólica juntamente com o comandante geral, o coronel Romário Célio aos comandantes dos Batalhões da PM.

Grupamento Águia

O Grupamento Águia, presente em todos os Batalhões da Polícia Militar do Acre, faz parte do policiamento ostensivo motorizado e conta com grupos de 5 a 7 motociclistas. Seu principal objetivo é a prevenção ao crime nas ruas, principalmente em locais de difícil acesso e trânsito congestionado.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DA MULHER NA SEGURANÇA PÚBLICA

Elis Denise Gondro

Quando me pediram para escrever algo sobre o papel da mulher na segurança pública me surpreendi perguntando a mim mesma qual é o meu papel nesse contexto. Percebi então que nós mulheres ainda não conseguimos definir nosso papel a partir de um discurso construído por nós mesmas, e sim que o desempenhamos dentro de um discurso masculino determinado para esse fim, marcado por uma relação de poder onde fica bem definido quem manda e quem obedece.
Partindo dessa constatação, minha proposta aqui é uma reflexão sobre a representação do feminino, sobre gênero e preconceito, enfim, uma percepção sobre as sutilezas do machismo reinante nessas relações de poder entre homem x mulher no nosso meio.

Ao me referir a sutilezas do machismo quero dizer com isso que ele hoje se mostra a nós mulheres mascarado, não porque os homens deixaram de nos olhar de forma preconceituosa, mas tão somente que na nova ordem política de um Estado democrático de direito o machismo explícito revelado em outros tempos não tem um lugar confortável na dinâmica social, e também porque muitas mulheres não toleram mais esse discurso, mas principalmente pela razão que os homens não querem levar a pecha de atrasados e não que o tenham excluído de fato de suas práticas. Então o preconceito masculino se mostra a nós mais sutil, visível apenas ao olhar mais treinado.

Imbuída da tarefa de escrever algo para esse evento em um curto espaço de tempo recorri à internet (ferramenta útil em momentos de desespero) para procurar estudos que me inspirassem a escrever algo com um pouco mais de autoridade, no entanto, me deparei com as mais diversas bobagens, com discursos construídos por homens, como o de um comandante, o qual me abstenho de citar o nome e a instituição a que pertence, que definia o papel da mulher na polícia à luz da Bíblia, ou seja, a mulher policial construída a partir das obrigações femininas para com a sociedade, de caráter assistencialista no sentido de orientar, proteger e informar pessoas em situação de risco e de abandono, realçando como única habilidade feminina o trato com os velhos, os jovens e as crianças, assim como se dá no espaço privado. Ora, o trabalho da polícia não é resolver problemas sociais, eles são claro, problemas do Estado, mas de outra ordem: psicólogos, assistentes sociais e demais servidores treinados para isso.

Dei-me conta então, que nosso papel, salvo algumas exceções, ainda é de caráter complementar ao do homem, ou seja, a nós ainda cabe o espaço privado, a proteção e a orientação, já aos homens cabe o espaço público, a violência e a força. Essa prática permite aos homens manter o domínio que marca a masculinidade. Cabe aqui uma reflexão sobre a frase de Simone de Beauvoir: “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Tomo ainda emprestadas suas palavras para dizer que nesses 15 anos como guarda municipal “tudo o que eu li, vi, e aprendi nesse período confirmam a idéia de que a feminilidade é fabricada, como, aliás, também se fabricam a masculinidade e a virilidade”.

É claro que nós mulheres já conseguimos conquistas consideráveis, temos uma mulher na superintendência da Polícia Rodoviária Federal e uma Tenente Coronel na PMPR, algumas delegadas na Polícia Civil, uma pequena parcela em cargos de “relevância” na Guarda Municipal de Curitiba. A maternidade ainda é um fator de retardamento no crescimento hierárquico, ainda se ouvem muitas piadinhas machistas e zombarias com o claro objetivo de desqualificar e desacreditar a mulher.

Sonho com o dia que poderei ver a capacidade de liderança calcada no respeito à autoridade e não no poder: “Max Weber definiu poder como a probabilidade de um ator situado dentro de uma relação social estar numa posição de facultar o outro a fazer sua própria vontade, apesar de encontrar resistência. Já a autoridade é uma modalidade legitima de poder, é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade sua própria vontade por sua influência pessoal. As pessoas em geral só seguem pessoas honestas, que forneçam bons exemplos, cuidados, comprometidas, que sejam boas ouvintes, que conquistem sua confiança, que respeitem, ajudem, sejam positivas e, sobretudo que gostem do ser humano. O grande líder tem essas !”(http://ethnos.wordpress.com/2007/01/11/autoridade-e-poder/.)

O que proponho nessa reflexão não é a luta pelo poder feminino dentro da instituição policial, nem reivindico uma maior atuação da mulher no uso da força e da violência, mas sim que homens e mulheres possam atuar de forma conjunta na mediação de conflitos, na defesa dos direitos humanos e civis, na desconstrução de práticas preconceituosas e discriminatórias, bem como na construção de um novo paradigma de segurança urbana.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Boca Fechada Soldado


Soldado bom, é soldado calado, que permanece de boca fechada. Foi essa a mensagem que chegou ao meu e-mail ontem, dizendo-me algumas barbaridades, coisa como "essa porra de blog". Cara mal educado, dizer isso logo para uma moça, uma blogueira iniciante que não posta nada que ofenda a ninguém.

Mas isso tem uma justificativa, pensei logo. As pessoas estão com medo dos blogs militares no Acre. Depois do Via 190 e do Estado Menor nada será como antes. A poeira que estava debaixo do tapete está sendo varrida, e isso é vitória nossa, por isso mesmo precisamos de sua ajuda.

Qualquer notícia, denúncia ou material qualquer relacionado à PMAC, pode nos enviar, postaremos. Chega de boca fechada. Soldado bom é soldado que se manifesta, que resiste à opressão deste pequenos ditadores estatais.

Não deixem que costurem sua boca.

Manifestem-se. Agora!!!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Do estado-menor sobre as mudanças no BOPE

Bope? III - O resultado...

 
Os resultados apareceram!!!

Pra uns "poucos" que duvidaram da intenção do nosso blog, a resposta já veio.

Tudo começou quando postamos algo sobre a situação em que o BOPE se encontrava, o Blog Via 190 complementou e a repercussão foi grande. (BOPE? II, postado em 08.10.10)

Quero antes de tudo, parabenizar o comandante do Bope que teve a iniciativa de rever o andamento daquele batalhão, participando de uma reunião com o efetivo e traçando metas.

Vários e mails chegaram ao nosso blog comentando a reunião. Ele ouviu a tropa e com um gesto de humildade e liderança está revertendo a ideia, não muito boa, que a tropa tinha do batalhão.

A nossa intenção de expor nossos problemas, tem fundamentos embasados no dinamismo frente a acomodação que está instalada em alguns setores da nossa Polícia Militar, dificultando o nosso serviço. O público leitor do nosso espaço, em quase toda  sua totalidade é interno, daí o alcance rápido das nossas postagens.

Quero lembrar que em nenhum momento tivemos a intenção, somente, de criticar, pois esse espaço é para a informação policial sobre a cultura, o aperfeiçoamento e claro a informação, contudo ultimamente estão ocorrendo muitas coisas desagradáveis dentro da caserna que não podem ficar no silêncio.

Pois bem, segundo relatos  de PPMM o batalhão de Operações especiais teve sua doutrina reavivada, suas funções redistribuídas e pessoas transferidas.

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Esperamos que toda essa "nova" expectativa se concretize e o Bope retome aqueles tempos, não muito distantes, de vibração, sangue no olho, de uma "tropa de elite".

Operações Especiais!!!!!!

OBS - O poder da comunicação. "Friedrich Nietzsche" já dizia em Aforismo 354 da gaia a Ciência.

[...e a capacidade de comunicação, por sua vez, à necessidade de comunicação: mas não, entenda-se, que precisamente o indivíduo mesmo, que é mestre justamente em comunicar e tornar compreensíveis suas necessidades, também seja aquele que em suas necessidades mais tivesse de recorrer aos outros. Parece-me que é assim no tocante a raças e correntes de gerações: onde a necessidade, a indigência, por muito tempo obrigou os homens a se comunicarem, a compreenderem uns aos outros de forma rápida e sutil, há enfim um excesso dessa virtude e arte da comunicação...]

3 comentários:


Anônimo disse...
Não só deram uma reavivada no BOPE, mas também segundo comentários, quem realmente vai comandar agora é o TC Ulisses, e não mais o Cap Coronel D2.
Anônimo disse...
Me parece também, que o outro Cap Coronel D1, finalmente vai pegar as contas do BOPE, acabando de vez sua era por lá. Alias esse Cap não tinha sido excluido.
Desenrola disse...
Quem escreve é com certeza alguem que se preocupa com nossa situação, não quer apenas esconder a poeira debaixo do tapete como vc prefereria.

sábado, 16 de outubro de 2010

Internet é "polícia secreta do século 21", diz professor

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Enquanto membros do Facebook discutem as minúcias sobre os controles de privacidade de seus perfis, inúmeros outros provedores de serviços on-line seguem silenciosamente construindo gigantescos dossiês sobre cada detalhe das ações de seus usuários na internet.
Para Eben Moglen, professor de Direito na Universidade Columbia (Nova York) e diretor do Centro Legal para Software Livre, essa tendência construiu uma "polícia secreta do século 21", que "não mata nem tortura", mas "têm mais dados do que agências de espionagem de regimes totalitários do passado".
Com vistas em direcionar publicidade, algumas empresas tornam os dados anônimos, outras não. Algumas arquivam dados por um mês, outras por anos a fio.
E muitas não tocam no assunto com os usuários. O Google admite manter arquivadas as buscas de números de IPs particulares; o Yahoo grava arquivos de seu serviço de messenger por até 60 dias, segundo o "Washington Post".
Moglen, que já foi designer de linguagem de programas na IBM, diz que é possível até prever quem terá um caso com quem apenas com base em arquivos do Facebook.
E alerta: "a diferença entre o que você pensa que está publicando e o que está de fato tornando público para quem sabe ler é muito grande".
FOLHA- Reclamam do Facebook, mas não somos nós que estamos nos expondo demais?
EBEN MOGLEN - Você pode ver a situação como algo que fazemos a nós mesmos ou como algo que estão fazendo conosco.
É perfeitamente razoável pensar que o capitalismo do século 21 se baseia na descoberta de uma nova matéria prima --a informação sobre nossas vidas privadas.
Essa matéria-prima se tornou importante quando o consumo ultrapassou a produção como fonte de riqueza. Tudo que pode ser usado para mudar o padrão de consumo muda o grosso da atividade econômica.
Vejamos o Google, gerenciador do Orkut. É uma entidade cuja função primária é a reorganização da publicidade. Se você sabe o que as pessoas buscam, pode definir sua publicidade por isso.
Além do que o consumidor busca, ferramentas como redes sociais sabem tudo sobre ele. O que pensou, sentiu, o que seus amigos estão pensando. Podem ler seu e-mail, ver quem conhece quem, o que as pessoas estão comprando, como seus contatos são influenciados por isso.
FOLHA - As redes sociais são tentativas deliberadas de espionar esses gostos?
MOGLEN - Estão no negócio de espionar pessoas.
A forma que encontraram de ganhar acesso à vida privada é oferecer páginas gratuitas e alguns aplicativos. Basicamente, oferecem algo que as pessoas poderiam fazer sozinhas, se tivessem um pouquinho mais de conhecimento, e em troca espionam.
É uma péssima troca para o usuário, que degenera a integridade da pessoa humana. É como viver num regime totalitário.
FOLHA - O Facebook argumenta que as pessoas estão se tornando mais interessadas em compartilhar suas vidas e eles estão só seguindo a tendência.
MOGLEN - Sim, é um ótimo argumento. É por isso que a "polícia secreta do século 21" não tortura nem executa, e sim oferece "doces". As pessoas estão mais dispostas a deixar suas personalidades serem degeneradas. É verdade. Nos ensinam a gostar disso.
FOLHA - Mas o Facebook usa todo esse poder que o sr. crê que ele tem?
MOGLEN -Quando eu digo que o Facebook é capaz de prever com quem você terá um caso, não é só modo de falar.
Em termos técnicos, o Facebook é simplesmente um grande banco de dados. Tudo no seu perfil e todas as suas ações estão gravadas. Se dissermos a esse banco de dados, "me dê o log [dado arquivado] de todas as pessoas que checaram um outro perfil mais de cem vezes hoje", teremos uma lista de pessoas obcecadas por alguém.
Ou posso pedir o log de todas as pessoas que compraram mais de 20 coisas em um dia. Posso ter qualquer resposta, e ninguém sabe quais perguntas estão sendo feitas, a não ser o próprio Facebook.
Mas o Facebook está longe de ser o único. A internet tem milhares de bancos dados ligando milhares de computadores no mundo inteiro. E a todo momento algum usuário esbarra em uma descoberta que pode ser feita em alguns desses bancos de dados.
É ilusão pensar que há diferença entre o que pode ser descoberto e o que é de fato descoberto. Toda pergunta que pode ser feita acaba sendo feita por alguém mais cedo ou mais tarde.
E os bancos de dados não são só indicativos de nosso presente, são indicativos de nosso futuro, por análise de padrões.
FOLHA - Mas de certa forma o Facebook é sobre exposição mesmo. Já o fato de o Google manter arquivadas buscas de IPs particulares é pouco conhecido. Não é mais perigoso?
MOGLEN - Pode ser, e [a discrição a respeito] reforça sentimentos da internet sobre anonimato.
Mas a internet não foi feita para ser usada anonimamente. Você diz que o Facebook é sobre exposição, mas a internet toda é sobre exposição. A diferença entre o que você pensa que está publicando e o que está de fato tornando público para quem sabe ler é na prática muito grande.
Praticamente todos os movimentos na rede estão arquivados em algum servidor externo, fora do controle do usuário.
O Facebook e o Google são apenas dois estilos de negócios americanos do século 21. São um exemplo da economia política da era digital, da forma como essa economia política age ao tentar congregar todo mundo em uma rede só.
Mas essa economia política nem está limitada a eles nem é caracterizada por eles.
FOLHA - Nessa perspectiva, ainda faz sentido a recente polêmica sobre a forma como o Facebook organiza seus controles de privacidade?
MOGLEN - Não. Esse é o menor dos detalhes. Toda essa discussão é um esforço desenhado para enrolar, para fazer parecer que algo está sendo feito a respeito.
Mas se olharmos para o quadro geral, a forma como são oferecidos os controles de privacidade no Facebook e similares é completamente irrelevante. O Google por exemplo não quer falar nem sobre esse assunto.
FOLHA - Por problema recente da AT&T, foi possível ver endereços de e-mails de novos usuários do iPad. Ficamos menos seguros a cada novo desenvolvimento tecnológico?
MOGLEN - Nossas vidas são cada vez mais gerenciadas por softwares. E não somos tão bons assim em softwares, não os testamos como devíamos. Praticamente todos acabam tendo falhas.
Num mundo cheio de softwares, falhas podem ferir. Veja os carros da Toyota que ficaram fora de controle em estradas.
O incidente com o iPad foi uma besteira que poderia facilmente ter sido prevenida. Por isso é preciso espalhar esse conhecimento e deixar que os programas sejam mais testados antes de serem comercializados.
FOLHA - Que consequências sociais a longo prazo podemos esperar dessas tendências?
MOGLEN - Na verdade, se evoluirmos bem na questão da vida privada, essa conexão de cérebros em uma rede só pode ser maravilhosa.
Pense em quantos gênios já desperdiçamos porque não alimentamos seus cérebros com conhecimento. A internet pode mudar imensamente a vida humana ao tornar o conhecimento público para quem quiser aprender.
A longo prazo acredito que essa será a tendência que prevalecerá. As pessoas eventualmente dirão um basta à forma como seus arquivos estão organizados na rede. Mas ainda teremos muito caos até chegar lá.

O que é um SNIPER ?


 
Fernando Diniz
Especialista em Armamentos e Tropas Especiais


O sniper ( tocaieiro, franco atirador ) sempre ocupou uma posição impar, seja dentro de Forcas Militares, ou na imaginação popular. Com o advento constante de armas de destruição cada vez mais sofisticadas e letais, ele continua a desenvolver seu trabalho armado apenas com um rifle de ferrolho, ou semi-automático, e sua fria coragem.
 
 
 
 
 
 

A mera menção de seu nome, sniper, carrega com ela um ar de ameaça. Seu trabalho tem uma aterrorizante simplicidade , localizar e abater seu alvo a distancia, sem ser percebido. Ele também pode atuar como um excelente observador avançado , colhendo valiosas informações sobre o inimigo, durante longos períodos de inatividade. Mas isto são apenas funções auxiliares. Sua função principal é levar o terror e a desmoralização ao adversário, pela eliminação silenciosa de seus membros.
Pela maneira como trabalha, o sniper não é bem visto por seus companheiros de farda. Sua relação com eles é pouco amistosa, e os snipers geralmente são solitários ou relacionam-se apenas com os da sua própria espécie.
Sua presença numa frente de batalha é sinônimo de problemas. Quando começa a operar, invariavelmente suas ações geram retaliação por parte do inimigo, geralmente na forma de bombardeios de artilharia, o que sempre causa baixas entre seus companheiros.
Alem disso, a presença de um sniper sempre atrai seu equivalente do outro lado,e nos jogos mortais que sniper e contrasniper travam, acaba sempre "sobrando" para mais alguém.
Por todas estas coisas, e pelo fato de ser considerado pouco mais do que um assassino covarde, pois mata a distancia, faz com que não cultive amizades nos lugares onde atua.
A simples presença de um sniper pode imobilizar unidades inteiras, por tempo indeterminado, em frentes importantes de batalha, como foi provado nas batalhas pela posse da capital da Chechenia, Grozny, onde muitas vezes, um simples sniper checheno, e muitos eram mulheres, detinha forcas russas por dias, fazendo com que o avanço geral fosse interrompido.
Podemos começar a traçar a origem dos snipers na Guerra de Independência dos Estados Unidos, onde as forcas americanas criaram, com veteranos caçadores de peles, acostumados a longos períodos de solidão, unidades de sharpshooters ( atiradores de elite ), equipados com rifles Kentucky, os quais, pela qualidade de sua manufatura e longo comprimento de cano, tinham mais alcance e eram mais precisos do que os fuzis dos soldados britânicos. O desempenho destas unidades levava o pânico aos corações dos soldados de Sua Majestade, que não tinham sequer como combate-los, pois nunca os viam, ouvindo apenas o assobio da bala.
I e II Guerra Mundial
Durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães foram os primeiros a se darem conta das vantagens do emprego de miras óticas para equiparem os fuzis Mauser de seus atiradores de elite. Foram também os primeiros a utilizarem pares de snipers, onde enquanto um dispara, o outro serve de observador e guarda-costas.
Ingleses e americanos seguiram os passos dos alemães, embora quando a guerra terminou, tenham abandonado o assunto.
Quando começou a Segunda Guerra Mundial, apenas os alemães e os soviéticos tinham mantido seu treinamento especifico para snipers. Os alemães tinham melhores armas e sistemas óticos, porem os soviéticos os suplantavam em técnicas de camuflagem.
Quem não viu o filme da Paramount "Circulo de Fogo" que mostra, embora de uma forma romanceada, o duelo particular travado, durante a batalha de Stalingrado, entre o sniper soviético Vasili Zaitsev, camponês dos Montes Urais, e o Major Erwin Koenig, mestre sniper alemão e instrutor na escola de snipers do Exercito do Reich.
A verdade sobre este duelo, que durou três dias, num mortal jogo de rato e gato, é que, numa jogada de mestre, Zaitsev forçou o alemão a expor-se por apenas uma fração de segundo...Foi o suficiente...Zaitsev viveu muitos anos após a guerra, condecorado com a Ordem de Lênin e a de Herói da União Soviética. Seu fuzil de tocaia encontra-se ainda hoje exposto no Museu da Grande Guerra Patriótica, em Volgogrado, novo nome de Stalingrado. Terminou a guerra com impressionantes 400 abates, o mesmo numero de abates que tinha Koenig quando morreu.
Os ingleses e americanos precisaram reaprender novamente a lição, porém a partir daí, avançaram rapidamente, especialmente os americanos, que tiveram que enfrentar snipers japoneses nas campanhas do Pacifico.
Pós-Guerra 
No período entre a Segunda Guerra e a Guerra da Coréia, viu-se o ponto mais baixo na importância militar dos snipers no Ocidente. Apenas os Royal Marines britânicos e o Corpo de Marines norteamericanos continuaram a treinar e qualificar snipers. Os soviéticos, por outro lado, mantinham seus snipers treinando sem cessar, e cada Companhia do Exercito Vermelho possuía pelo menos três snipers em seu efetivo.
Foi apenas na Guerra do Vietnam que os americanos finalmente entenderam totalmente o potencial do sniper, graças principalmente ao trabalho do Major Jim Land, que criou no Hawai a primeira escola de snipers do Exercito dos EUA, em 1960.
Os ingleses usaram snipers nas campanhas da Malásia, Borneo, Oman, Aden, Dhofar, e na Guerra das Malvinas, sem falar no uso permanente na Irlanda, contra os terroristas do IRA.
Falando em Malvinas, existe uma interessante história de um sniper argentino, que abateu nada menos que treze militares ingleses, antes de ser apanhado. Sua camuflagem era perfeita, e ele atirava apenas em suboficiais e operadores de radio. Foi descoberto por acaso, quando um soldado inglês, olhando exatamente para o ponto onde ele estava, viu a fumaça de um disparo. Rendeu-se, foi capturado vivo e considerado apenas prisioneiro de guerra. Seu nome perdeu-se na historia.
Nos tempos modernos,a função do sniper torna-se cada dia mais importante, como demonstram operações no Líbano em 1982, Granada em 1983, Panamá em 1989, a operação Desert Storm em 1990-91 e as experiências soviéticas no Afeganistao nos anos 80.
O crescimento assustador do terrorismo fez com que fossem criadas forcas especificas anti-terrorismo, sejam militares ou policiais, onde o sniper desempenha uma função essencial.
Unidades como o SAS britânico, a Forca Delta americana, o GIGN francês, e inúmeras outras, cada vez mais dependem da função especifica do sniper para obterem sucesso em suas operações. Ele é quem tem a função básica de neutralizar obstáculos humanos para que unidades de ataque possam invadir locais defendidos, ou eliminar ameaças a reféns ou instalações estratégicas.
Novos equipamentos, como fuzis mais precisos, miras óticas e eletrônicas mais sofisticadas, e o uso de pólvoras sem fumaça e sem chama, permitem hoje ao sniper atingir níveis de eficiência nunca antes imaginados.
Como exemplo, veja-se o caso do seqüestro de um ônibus escolar no Djibouti, por forcas terroristas. O GIGN francês postou seus snipers em volta do veiculo parado numa estrada no deserto, e cada um deles recebeu a missão de neutralizar um dos quatro terroristas que mantinham as crianças imobilizadas dentro do veiculo. Porém só poderiam atirar quando "TODOS" tivessem o campo livre ao mesmo tempo. Depois de quase dez horas de paciência, eles obtiveram luz verde e, com certeiros disparos, abateram todos os terroristas ao mesmo tempo, liberando as crianças do cativeiro.
Outras unidades que dependem muito de seus snipers são os grupos SWAT da policia americana, para neutralização de ameaças a reféns, quando as negociações chegam a um impasse, e a vida do refém está em jogo.
Outra técnica usada pelos snipers é a de não matar, e sim apenas ferir um inimigo, o que leva outros a tentarem resgata-lo, elevando o numero de alvos em potencial.
O cinema nos mostra bem isto, veja-se " Nascido para Matar", um filme sobre o Vietnam, que mostra uma sniper vietcong ferindo um soldado americano, e usando-o como isca para atrair seus companheiros, ou o filme "Resgate do Soldado Ryan", onde ocorre a mesma situação.
Na situação de guerra não-convencional que vivemos hoje, onde o inimigo é indefinido, não usa uniforme e circula livremente entre nós, os limites do campo de batalha não são claramente visualizados, e o uso cada vez mais intenso de unidades ditas "Forcas Especiais " a presença do sniper é essencial para a obtenção da vitória..
E o irônico é que sua função já não é privilégio dos "mocinhos", pois qualquer grupo terrorista atual tem sua equipe de snipers, alguns verdadeiros suicidas, como os russos descobriram as suas próprias custas na Chechênia, ou os americanos no Afeganistãoo e Iraque.
Vietnã -- Uma História de sobrevivência

Outra historia interessante sobre snipers ocorreu durante o cerco de Khe Sanh, na guerra do Vietnam.
A base, mantida por Marines, estava cercada por forças do Vietnam do Norte, e é logico, haviam snipers norte-vietnamitas ao redor.
Após dias de busca usando binóculos, os Marines localizaram um sniper inimigo que já havia abatido vários dos seus. Trouxeram uma peça de 106mm sem-recuo e eliminaram a ameaça.
Dia seguinte, novo sniper no mesmo local. Novas baixas entre os norte-americanos, nova busca minuciosa, localização e eliminação.
Dias depois, um terceiro sniper vietnamita apresentou-se.
Os Marines, que já haviam iniciado a busca deste novo inimigo, notaram que, ao contrário dos outros, este não acertava ninguém.Limitava-se a disparar seguidamente, porém sem causar baixas.
Um sargento Marine, veterano de muitas campanhas, formulou a seguinte hipótese : este novo sniper havia sido mandado por seu comando para continuar o trabalho dos outros...e eventualmente sofrer o mesmo destino dos outros...
Acontece que ele não estava disposto a sofrer o mesmo destino de seus companheiros...e deduziu, acertadamente, que se atirasse para satisfazer sues comandantes, porém não acertasse ninguém, os americanos o deixariam em paz...E foi o que ocorreu...Durante o restante do cerco, ele seguiu atirando, e errando, e os americanos não revidaram com o temido 106 mm sem-recuo...E todos viveram felizes para sempre...
Bibliografia -
Twilight Warrios - 22 Books, England
Sniper - Adrian Gilbert
Infantry Tactis of WW II - Gary Kennedy
Corpos de Elite - Editora Abril